Transtorno do Processamento Auditivo (TPAC) e o fracasso escolar sob o olhar da psicopedagogia

Transtorno do Processamento Auditivo (TPAC) e o fracasso escolar sob o olhar da psicopedagogia

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O Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) é uma condição neurológica do sistema nervoso central que afeta a maneira como o cérebro processa e armazena a informação sonora, mesmo quando a audição periférica está intacta.
 
Essa dificuldade sutil, muitas vezes invisível, pode ser a causa de um fracasso escolar persistente e incompreendido, onde crianças com TPAC podem parecer desatentas ou com dificuldades de aprendizagem, gerando diagnósticos equivocados e intervenções ineficazes. 
 
Algumas das dificuldades mais comuns enfrentadas por indivíduos com diagnóstico de TPAC são:
  • Diferenciar sons semelhantes, especialmente em ambientes com ruídos
  • Compreender instruções verbais e seguir instruções
  • Filtrar sons de fundo e focar em informações relevantes
  • Lembrar sequências auditivas, como listas ou instruções
  • Dificuldade em processar fonemas
Compreender o papel da psicopedagogia na identificação e no desenvolvimento de estratégias para esse transtorno é essencial para o sucesso educacional e o bem-estar dos alunos.
 
 
Quer saber mais sobre o papel da psicopedagogia no diagnóstico do Transtorno do Processamento Auditivo? Continue a leitura!
 

Identificação psicopedagógica do TPAC em sala de aula

A identificação psicopedagógica do TPAC começa com a observação cuidadosa do comportamento do aluno em sala, pois dificuldades para seguir instruções verbais de múltiplos passos tendem a ser um dos primeiros sinais do transtorno.
 
 
Uma criança com TPAC pode ter sucesso com uma tarefa, mas falhar quando a instrução se torna mais complexa ou sequencial. A observação de trocas de letras e sílabas, bem como a dificuldade em discernir sons semelhantes, como "faca" e "vaca", sugere um desafio na discriminação auditiva, se manifestando na leitura e na escrita.
 
Outro sinal relevante é a distração seletiva, onde o aluno parece incapaz de filtrar o ruído de fundo, como por exemplo barulho de lápis caindo ou o movimento na sala de aula. Esses ruídos podem ser tão relevante para ele quanto a fala do professor, resultando em uma aparente falta de atenção.
 
Além disso, a dificuldade em reter sequências, como a ordem de números ou os dias da semana, também é um indicador importante, e o psicopedagogo pode notar que, mesmo com esforço, a criança não consegue memorizar informações apresentadas de forma puramente auditiva, como uma tabuada recitada ou uma história contada sem apoio visual.
 
 
Qual a diferença entre TPAC, TDAH e dislexia?
É fundamental diferenciar TPAC de TDAH ou dislexia, pois embora os sintomas possam se sobrepor, as causas e as abordagens são distintas. A desatenção no TDAH é geral, enquanto no TPAC ela está ligada especificamente a ambientes ruidosos ou à sobrecarga de informações auditivas.
 
Da mesma forma, a dislexia envolve uma dificuldade primária com a leitura e a escrita, que é fonológica, mas a causa no TPAC é a falha em processar os sons que formam as palavras, o que precede a leitura.
 

Intervenções psicopedagógicas compensatórias para TPAC

Com o objetivo de minimizar o impacto do Transtorno do Processamento Auditivo Central no aprendizado, a psicopedagogia dispõe de diversas abordagens de intervenção. Confira alguns exemplos de intervenções psicopedagógicas:
 
1. Uso de recursos visuais e táteis para complementar as informações verbais
Exemplo prático: uso de post-its com instruções passo a passo, diagramas, mapas mentais e outros elementos visuais ajuda a compensar a dificuldade de reter informações auditivas, ou atrair a atenção da criança antes de falar, garantindo que o foco esteja direcionado para a comunicação.
 
2. Simplificação verbal
Exemplo prático: em vez de uma longa sequência de instruções, o psicopedagogo pode ajudar a dividir as tarefas em etapas menores e mais gerenciáveis, ou realizar treinamentos auditivos, como atividades com música e jogos de discriminação sonora, onde a criança precisa identificar a origem ou a característica de um som, podem fortalecer as habilidades de processamento.
 
3. Integração de tecnologias assistivas
Exemplo prático: fones de ouvido com cancelamento de ruído podem criar um ambiente de aprendizado mais tranquilo, permitindo que o aluno se concentre na voz do professor. Além disso, softwares de leitura que destacam as palavras conforme são lidas também ajudam a reforçar a conexão entre o som e a escrita.
 
Essas orientações psicopedagógicas vão além da fonoaudiologia, atuando diretamente no contexto escolar e acadêmico para construir um ambiente de aprendizado mais inclusivo e acessível.
 
 

Relação entre TPAC, neuroplasticidade e sucesso escolar

A neuroplasticidade, isto é, a capacidade do cérebro de se adaptar e criar novas conexões, é o fundamento que fortalece as intervenções. Logo, ao considerar que experiências auditivas e cognitivas na infância tendem a contribuir para alterações plásticas no sistema auditivo, é possível que o cérebro desenvolva estratégias compensatórias para superar o déficit.
 
O diagnóstico precoce e o acompanhamento psicopedagógico se tornam, portanto, essenciais, pois as intervenções iniciadas cedo aproveitam a alta plasticidade cerebral da infância, com resultados mais significativos e duradouros.
 
A psicopedagogia atua como ponte entre a reabilitação auditiva, feita com a fonoaudiologia, e a aplicação prática dessas habilidades no ambiente escolar, onde o psicopedagogo traduz as necessidades do aluno para o contexto educacional, auxiliando professores a modificar suas práticas e o aluno a construir autonomia.
 
A partir do reconhecimento e da aplicação de estratégias pedagógicas personalizadas, é possível desenvolver habilidades de escuta e processamento que, com o tempo, levam a uma melhora na leitura, na escrita e na comunicação.
 
 

Como diagnosticar o TPAC e intervir adequadamente?

O universo do Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) é desafiador, por isso, profissionais que buscam oferecer um suporte educacional completo aos estudantes, precisa ir além do conhecimento básico, se aprofundando em diagnósticos e técnicas de intervenção diversas.
 
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