Quem foi Nise da Silveira?

Quem foi Nise da Silveira?

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Nise da Silveira, alagoana, nasceu em 1905 e, durante a sua trajetória de vida, lutou em prol de um tratamento psiquiátrico mais humanizado, em tempos em que eram aplicados violentos choques para tratar doenças psíquicas. A arte era seu instrumento mais poderoso, e ela a usava como a ferramenta certa para reabilitar seus pacientes.
 

Seu trabalho ajudou muitas pessoas e até transformou esquizofrênicos em autores de obras que hoje estão expostas no Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro. Nise é tão importante para a psiquiatria no Brasil, que seus grandes feitos foram transformados em um filme: Nise – O coração da loucura, lançado em 2016.
 

Pioneirismo
 

Nise da Silveira se graduou em 1926, na Faculdade de Medicina da Bahia, em uma sala onde era a única mulher. Entre 1934 e 1936, foi presa sob a acusação de envolvimento com o comunismo. A denúncia foi feita por uma colega de trabalho.
 

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Em 1944, Nise iniciou seu trabalho no Hospital Pedro II, Centro Psiquiátrico Nacional. Ela se rebelou contra os tratamentos que eram oferecidos na época: os choques elétrico, cardiazólico e insulínico; a camisa de força e o isolamento eram técnicas muito utilizadas. Ao se recusar a utilizar esses métodos, a psiquiatra foi transferida para um setor com menor prestígio, como punição.
 

Todavia, o que antes era uma punição se tornou o elemento principal de sua revolução. Foi no Setor de Terapia Ocupacional Pedro II que Nise implementou um novo tipo de tratamento psiquiátrico: o uso da terapia ocupacional.
 

A arte no tratamento psiquiátrico
 

Em sua vivência no hospital, Nise percebeu que a arte poderia ser um poderoso canal de comunicação entre a equipe médica e os pacientes com diagnóstico de esquizofrenia grave. Por meio da arte, os pacientes – muitos dos quais apresentavam dificuldade verbal – expressavam seus conflitos.
 

O acervo pessoal de Nise da Silveira é tombado pelo programa da Unesco intitulado Memória do Mundo. Hoje, essas obras estão expostas no Museu de Imagens do Inconsciente e são usadas até hoje para estudos.
 

Uma trajetória repleta de inquietações e questionamentos
 

Durante toda a sua vida, Nise da Silveira criticou os manicômios brasileiros, expressando sua revolta por causa do tratamento a que os pacientes eram submetidos nesse tipo de instituição. É dessa inquietação que surgiu a Casa das Palmeiras, que foi fundada em 1956.
 

Com a Casa das Palmeiras, a psiquiatra Nise da Silveira queria desinstitucionalizar os manicômios no Brasil e promover um espaço de convívio repleto de afeto e de estímulo à criatividade dos pacientes. Ainda em funcionamento, a Casa das Palmeiras se mantém através de doações e não tem fins lucrativos.
Seus feitos são importantíssimos para a psiquiatria, o que incluiu a publicação de livros e de artigos científicos que moldaram a história da área. Sua rebeldia a fez questionar técnicas que eram utilizadas, trouxe soluções para problemas e mudou a visão dos profissionais e das pessoas em geral quanto à relação entre paciente psiquiátrico e médico.

 

A obra de Nise da Silveira é profundamente discutida em uma das disciplinas da Pós-Graduação em Arteterapia da USCS. Conheça nosso curso: https://bit.ly/2VuYdon
 

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