Conhecer nossa origem, nossa matriz africana, nos dá credencial para nos inserirmos no mundo de modo digno, numa condição real de detentores de conhecimentos milenares, produtores não só de bens e serviços, mas de ciência, arte e cultura.

O saber é o grande poder transformador e que realiza a inclusão de modo fundamentado, sólido.

O Museu Nacional de Belas Artes do Brasil, localizado no Rio de Janeiro, tem uma das mais importantes coleções da expressão da Arte Africana. Com um acervo de mais de uma centena de peças, cada uma delas tem, individualmente, um significado e valor com dimensão muito maior que a própria peça.  

Os primeiros estudos sobre essas peças começaram com o diretor do museu naquela ocasião, 1982, Alcídio Mafra de Sousa.

Compreender que além de descobertas arqueológicas, o conhecimento do saber e da expressão significa a consolidação do conhecimento, da religiosidade e do modo como o povo africano se estabelece no mundo.  

Um olhar acurado e científico aponta para a diversidade de significados e para a amplidão da riqueza desta produção.

As influências podem ser medidas por meio da presença dos traços, das referências a uma estética própria da arte ancestral africana.

Podemos citar um exemplo avassalador:  Pablo Picasso introduz a Arte Moderna com a pintura de sua obra, Les demoiselles d’Avignon, de 1917, em que se percebe a presença dos traços africanos, rompe com o modelo ocidental da mimese, ou seja, da imitação da realidade.

Picasso rompe com a arte da reprodução da realidade e insere conceitos subjetivos e elege a ancestralidade africana para este feito marcante.  Isso significa que para o grande mestre, a arte não é repetição, é interpretação, sensação e conhecimento. O mestre Picasso era colecionador de peças africanas.

 

Máscara Gueledé 

madeira entalhada, 

43 x 37,5 x 40 cm

sem assinatura

compra, 1964

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