O funcionamento do sistema nervoso central, principalmente após uma lesão ou um processo neurodegenerativo, costuma gerar questões profundas sobre a capacidade de recuperação e adaptação do cérebro.
Neste contexto, a neuropsicologia e neuroplasticidade formam a base para compreender como o tecido cerebral, seja após danos ou durante o processo natural de envelhecimento, pode se reorganizar.
O conceito de neuroplasticidade, isto é a maleabilidade estrutural e funcional do cérebro, é o que sustenta a possibilidade de reabilitação, aprendizado e mudanças comportamentais ao longo da vida, abrindo perspectivas para recuperação de funções cognitivas e adaptação a novos desafios.
→ Descubra o que a Neuropsicologia trata
Continue a leitura para descobrir como reprogramar o cérebro.
A neuroplasticidade como base para reabilitação neuropsicológica
A neuropsicologia clínica tende a focar diretamente no conceito fundamental de neuroplasticidade, que é a capacidade intrínseca do cérebro de se reorganizar funcional e estruturalmente em resposta a novos estímulos, aprendizados ou lesões.
Tal princípio se faz fundamental para o campo da reabilitação neuropsicológica, pois significa que o sistema nervoso central pode alterar a força das conexões sinápticas (plasticidade sináptica), criar novas sinapses (neurogênese) e, em casos de lesão, assumir funções previamente executadas por áreas danificadas (plasticidade compensatória).
Essa reorganização cerebral acaba por ser o motor que permite a recuperação de funções ou o desenvolvimento de estratégias compensatórias após eventos como acidentes vasculares cerebrais (AVCs), traumatismos cranioencefálicos ou no manejo de doenças neurodegenerativas.
Assim, o trabalho neuropsicológico irá consistir em intervenções específicas e planejadas, tais como a estimulação cognitiva, a reabilitação de funções executivas ou a terapia integrada, visando ativar e fortalecer os circuitos neurais.
A intervenção neuropsicológica, ao aplicar sistematicamente exercícios e tarefas cognitivas, explora justamente o potencial adaptativo do cérebro, sendo a intenção a grande responsável por promover um ambiente enriquecido que force o sistema a buscar novas vias de processamento de informação, resultando em uma melhora funcional observável e mensurável.
Plasticidade cerebral ao longo da vida
Embora o período da infância seja marcado por uma intensa plasticidade, fundamental para o desenvolvimento e aquisição da linguagem, essa capacidade de modificação não é exclusiva dos anos iniciais, pois, contrariando a antiga crença de que o cérebro se torna imutável na idade adulta, a ciência moderna demonstra que, em adultos e idosos, o tecido cerebral continua altamente capaz de se modificar.
O princípio é que o cérebro se adapta em resposta à demanda, isto é, quando estimulado de forma sistemática e significativa, seja por meio de novas aprendizagens, engajamento em atividades cognitivamente exigentes, ou ricas interações sociais, a plasticidade é mantida.
Desta forma, intervenções que promovem a saúde cognitiva, como a participação em atividades intelectuais desafiadoras, o exercício físico e a manutenção de uma vida social ativa, podem ser tão importantes quanto o tratamento farmacológico em diversos contextos clínicos.
→ Entenda como a Neuropsicologia pode ajudar pessoas
“Reprogramar” é possível, mas depende de contexto, repetição e vínculo clínico
A expressão “reprogramar” o cérebro, apesar de popular, exige uma compreensão cautelosa e tecnicamente fundamentada, pois a mudança cerebral não é um processo mágico ou instantâneo, mas sim o resultado de um esforço biológico-comportamental que depende de condições específicas para se manifestar.
A otimização da plasticidade cerebral requer ambientes enriquecidos, nos quais a pessoa é exposta a novidades e desafios de forma contínua. Além disso, a repetição consistente das intervenções é fundamental, uma vez que a consolidação de novos circuitos neurais e a automação de funções reabilitadas dependem da frequência e da intensidade do estímulo.
A neuropsicologia atua como mediadora dessas condições, oferecendo as estratégias que ativam os circuitos neurais de maneira correta e monitorando o progresso, e a adesão ao tratamento e o engajamento do paciente são, muitas vezes, o fator que determina a eficácia da intervenção, transformando a teoria da neuroplasticidade em uma melhora funcional e de qualidade de vida.
→ Saiba como se tornar neuropsicólogo
Aprenda a reprogramar o cérebro em 18 meses!
A Pós-graduação em Neuropsicologia, idealizada pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul, oferece a base ideal para psicólogos que desejam aprofundar a compreensão sobre os mecanismos da neuropsicologia e neuroplasticidade, aprendendo a aplicar os conceitos de forma prática e cientificamente embasada, para uma atuação sólida em reabilitação.
O curso atende a modalidade presencial, podendo ser realizado em São Caetano do Sul ou em São Paulo, e possui foco integral na prática profissional. Com 360 horas de conteúdo, você amplia sua capacidade de atuar em diversos contextos, como consultórios e clínicas especializadas.
Pós USCS em Psicologia - Conheça as metodologias abordadas na Neuropsicologia
→ Conheça a USCS e veja onde você irá aprender
Acesse um curso gratuito sobre Neuropsicologia
No curso ‘Neuropsicologia em foco: o cérebro e a psicopatologia’, desenvolvido pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul, em parceria com o corpo docente da Pós em Neuropsicologia, você será convidado a explorar as complexidades da mente humana para compreender com profundidade as principais patologias.
Contando com 4 aulas de conteúdo sólido, o curso é inteiramente gratuito e online, ideal para aqueles que desejam ampliar os conhecimentos na área, aprendendo com um material rico.