A arteterapia se utiliza do processo criativo como principal mediador para o bem-estar e a elaboração de conteúdos psíquicos e, com a rápida transformação digital da sociedade, a inclusão de novas tecnologias no campo terapêutico levanta uma questões relevante para psicólogos e profissionais da saúde.
A transição de materiais tradicionais para o universo virtual exige uma compreensão aprofundada das novas dinâmicas, dos fundamentos mantidos e das adaptações necessárias para garantir a profundidade da intervenção. Sendo o interesse pela arteterapia crescente, especialmente entre profissionais que buscam ampliar o repertório técnico e atender às demandas de um público habituado à tecnologia.
Continue a leitura para entender mais sobre a arteterapia digital!
Como funciona a arteterapia digital?
A arteterapia no universo digital envolve a utilização de recursos tecnológicos, tais como aplicativos de desenho, programas de edição de imagem, colagem digital, realidade virtual ou plataformas colaborativas, no contexto da terapia mediada pela arte, onde, no lugar de utilizar materiais tradicionais, como papel, tinta ou argila, o paciente expressa seus conteúdos internos por meio de tablets, celulares ou computadores.
É fundamental ressaltar que a mudança de suporte não altera a essência da prática, pois os pilares da arteterapia, representados na simbolização, expressão e elaboração psíquica, continuam sendo o foco principal. O dispositivo digital atua como um novo mediador, proporcionando uma nova linguagem para a manifestação do inconsciente.
O arteterapeuta precisa conhecer o potencial expressivo e as limitações técnicas dessas ferramentas para conduzir o processo de forma adequada e acolhedora, mantendo a integridade da relação terapêutica.
A produção artística digital, como qualquer outra, é um registro do mundo interno e pode ser analisada em termos de cor, forma, composição e narrativa, auxiliando a compreensão do mundo simbólico do indivíduo.
Vantagens e desafios do digital no setting terapêutico
A adoção do digital no setting terapêutico apresenta vantagens consideráveis, tendo a acessibilidade como um ponto forte, pois a possibilidade de realizar sessões online permite o atendimento de pacientes em diferentes localidades, superando barreiras geográficas e de locomoção. Essa facilidade expande o alcance da terapia para quem precisa de flexibilidade de agenda.
Além disso, o formato digital pode ser um fator de atração para públicos jovens e para aqueles que sentem receio em iniciar o trabalho artístico. Logo, a variedade de ferramentas expressivas digitais e a facilidade de desfazer e refazer a obra com poucos cliques pode diminuir a inibição e o julgamento estético ("traço bonito" ou "obra de arte"), incentivando o foco na espontaneidade e na expressão emocional.
Contudo, a prática enfrenta desafios, pois a perda da fisicalidade e da textura dos materiais tradicionais, como o contato com a argila e o cheiro da tinta, pode impactar a experiência sensorial, exigindo que o profissional encontre formas de compensação na intervenção. E questões como a distração inerente ao ambiente digital, a privacidade dos dados, o armazenamento seguro das imagens digitais e os limites éticos da intervenção remota são aspectos que demandam vigilância e preparação profissional para um manejo responsável.
O digital como linguagem simbólica contemporânea
O mundo atual é permeado por uma cultura visual digital intensa, na qual imagens, emojis, memes, filtros e avatares fazem parte da comunicação cotidiana. Este cenário, frequentemente denominado "phygital", onde o físico e o virtual coexistem, exige uma reflexão sobre como as linguagens simbólicas se manifestam no contemporâneo.
A arteterapia digital pode ser um veículo legítimo para trabalhar as linguagens simbólicas da vida moderna. Ao permitir que o paciente utilize mídias digitais, o terapeuta possibilita a expressão através de códigos que são intrínsecos à sua experiência de vida atual. A manipulação desses símbolos e ferramentas contemporâneas oferece um caminho para a elaboração de questões ligadas à identidade, à comunicação e às relações na era digital.
Portanto, para o arteterapeuta que deseja atuar com eficácia nessa modalidade, é imprescindível estar não apenas confortável com a tecnologia, mas também consciente dos códigos culturais e da potência expressiva desses novos meios, onde a integração do digital deve ser vista como uma expansão, e não uma substituição, dos princípios e objetivos da arteterapia.
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O campo da arteterapia se encontra em constante evolução, demandando por profissionais com formação teórica e prática sólida, especialmente em relação às novas tecnologias. Neste contexto, a Pós-graduação em Arteterapia da USCS foi desenvolvida para oferecer uma nova especialização abrangente, unindo fundamentos clássicos da área com as discussões contemporâneas, como a prática digital.
Com um ensino presencial em São Caetano do Sul ou em São Paulo, o curso conta com duração de 20 meses, com carga total de 560 horas, sendo a formação alinhada às diretrizes da UBAAT, garantindo que o profissional possa atuar em diferentes ambientes, como clínicas particulares, escolas e órgãos públicos incluindo SUS, CREAS, CRAS E CAPS.
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