
A saúde mental na escola tem um impacto significativo na qualidade da educação e no desenvolvimento integral dos estudantes, onde o bem-estar psicológico se torna um pilar fundamental para o processo de aprendizagem, influenciando a atenção, a memória e a capacidade de resolução de problemas.
No contexto escolar, em especial, a complexa interação entre o ambiente de ensino e o estado emocional dos alunos molda não só o desempenho acadêmico, mas também a formação de habilidades sociais e resiliência.
Quer entender a influência do ambiente escolar na saúde mental dos estudantes sob o olhar da neurociência? Continue a leitura!
Bases neurobiológicas das emoções: o cérebro emocional em ação
A neurociência visa investigar de que forma as estruturas cerebrais participam da regulação emocional, sendo o estudo dessas bases central para o entendimento do cérebro emocional.
A amígdala, por exemplo, tem um papel chave no processamento de emoções, especialmente o medo, atuando como um "alarme" do sistema nervoso, já o hipocampo é crucial para a formação de memórias. A interação entre essas duas áreas, portanto, se torna vital, pois uma experiência emocional forte pode ser firmemente reforçada na memória, o que explica o porquê de momentos de grande estresse ou alegria na escola serem lembrados por anos.
O córtex pré-frontal, por outro lado, é a parte do cérebro responsável pelo controle executivo e pela tomada de decisões, atuando como um regulador das respostas emocionais iniciadas pela amígdala.
Quando um aluno se sente seguro e acolhido, o córtex pré-frontal consegue modular as reações de estresse, permitindo que a atenção seja direcionada para a aprendizagem. No entanto, em um ambiente percebido como ameaçador, a amígdala pode se sobrepor, ativando uma resposta de luta ou fuga que inibe o raciocínio e a concentração.
A compreensão de tais mecanismos auxiliam educadores a notarem que as experiências emocionais em sala de aula afetam diretamente a memória, a atenção e a aprendizagem do aluno.
O ambiente escolar, ao evocar sentimentos positivos ou negativos, tende a ativar sistemas neurológicos que favorecem ou inibem o desempenho dos estudantes, e será justamente essa perspectiva neurológica que irá oferecer uma base sólida para que profissionais da educação possam criar ambientes mais propícios ao bem-estar e ao desenvolvimento cognitivo.
Ambiente escolar e clima emocional: a influência das relações e da cultura escolar
As relações interpessoais, a segurança emocional e o clima organizacional da escola são fatores determinantes para o bem-estar dos alunos, pois ambiente escolar acolhedor se torna capaz de influenciar na liberação de neurotransmissores como a dopamina e a serotonina, que estão diretamente relacionados à motivação e ao prazer.
A dopamina, por exemplo, é liberada em situações de recompensa e prazer, incentivando os alunos a se engajarem em atividades acadêmicas. A serotonina, por outro lado, diretamente ligada à sensação de bem-estar e felicidade, ajuda a regular o humor, diminuindo a ansiedade.
Ambientes hostis tendem a ativar o que é conhecido como estresse tóxico, liberando o hormônio cortisol de maneira crônica e, quando o nível de cortisol se mantém alto, o cérebro do aluno entra em um estado de hipervigilância que dificulta o processo de aprendizagem e prejudica a saúde mental a longo prazo.
Um ambiente escolar seguro e positivo, onde o aluno se sente valorizado e respeitado, age como um amortecedor contra esse estresse, permitindo que o cérebro se concentre na absorção de conhecimento, na criatividade e no desenvolvimento de novas habilidades.
A cultura escolar tem uma influência profunda nas emoções dos alunos. Uma escola que promove a empatia, o diálogo e a resolução de conflitos de forma construtiva cria um espaço onde as emoções podem ser processadas de maneira saudável. Quando os alunos se sentem seguros para expressar suas emoções, eles desenvolvem a inteligência emocional, uma competência essencial para o sucesso em todas as áreas da vida.
Promoção da saúde mental na escola: estratégias baseadas em neurociência
Intervenções inspiradas na neurociência das emoções demonstram grande eficácia na promoção da autorregulação emocional e do bem-estar. Um exemplo disto, é a promoção de práticas, tais como a atenção plena ou mindfulness, que podem ajudar a fortalecer o córtex pré-frontal, melhorando a capacidade de focar e gerenciar respostas ao estresse.
É cientificamente comprovado que a prática regular de mindfulness pode ajudar significativamente na diminuir a reatividade da amígdala, o que contribui para um estado de maior calma e concentração.
Outras estratégias, como a escuta ativa e as rodas de conversa, também promovem a saúde mental, pois criam um espaço seguro onde os alunos podem compartilhar suas emoções e construir laços de confiança.
Neste contexto, a neurociência mostra que a conexão social e a empatia ativam circuitos cerebrais ligados ao bem-estar, e a plasticidade cerebral, enquanto a capacidade do cérebro de mudar e se adaptar, indica que o cérebro não é uma estrutura fixa, demonstrando que, mesmo em ambientes desafiadores, o cérebro pode ser treinado para responder de forma mais saudável ao estresse e à ansiedade.
Educadores que compreendem os impactos da empatia e da plasticidade cerebral conseguem desenvolver ambientes de aprendizagem mais saudável e resiliente, em especial por conseguirem compreender o comportamento dos alunos a partir de uma perspectiva neurológica, o que permite a aplicação de estratégias pedagógicas que respeitam o desenvolvimento emocional e cognitivo de cada um.
Desta forma, profissionais que compreendem como o cérebro humano opera, se tornam mais aptos a desenvolver estratégias para lidar e intervir com assertividade em casos estudantis desafiadores.
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