Cuidados com os pés do paciente diabético e prevenção de complicações
A diabetes mellitus é uma condição crônica que, quando não controlada adequadamente, pode levar a graves complicações de saúde, sendo uma das mais preocupantes o desenvolvimento do pé diabético.
Essa síndrome, resultante de alterações neurológicas e vasculares causadas pela hiperglicemia persistente, representa uma das principais causas de hospitalização e amputações de membros inferiores no Brasil.
Neste contexto, a prevenção de feridas no pé diabético e a manutenção de uma rotina rigorosa de cuidados com o pé diabético atuam como estratégias fundamentais para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com diabetes e para a redução da incidência de desfechos graves.
Continue a leitura para saber mais sobre o pé diabético e entender o papel do enfermeiro na prevenção.
O que é o pé diabético e por que ele representa um risco tão alto?
O pé diabético é uma condição complexa que engloba infecção, ulceração ou destruição de tecidos profundos do pé, associadas a neuropatia, ou seja, a perda de sensibilidade nos nervos, e/ou doença arterial periférica, causadora da má circulação, em indivíduos com diabetes.
Como a neuropatia causa o pé diabético?
A elevação crônica dos níveis de glicose no sangue danifica os nervos, causando a neuropatia diabética, que frequentemente se manifesta como perda da sensibilidade protetora. Isso significa que a pessoa pode não sentir cortes, bolhas, calosidades ou até mesmo lesões mais sérias.
Como a doença vascular periférica agrava o pé diabético?
A doença vascular periférica compromete o fluxo sanguíneo direcionado aos membros inferiores, onde a má circulação reduz a capacidade do corpo em fornecer nutrientes e células de defesa para o local da lesão, dificultando a cicatrização e tornando o pé mais vulnerável a infecções.
O risco dessa doença é elevado pois, uma vez que há uma lesão inicialmente pequena, como um ferimento nos pés, a tendência é a rápida progressão para uma infecção profunda, celulite ou osteomielite, exigindo intervenções complexas, como a amputação do pé ou da perna, para salvar a vida do paciente.
Quais os principais sinais de alerta nos pés para pessoas com diabetes?
O reconhecimento precoce dos sinais de alerta é fundamental na prevenção do pé diabético, sendo a inspeção diária dos pés algo que necessariamente precisa estar na rotina de todo indivíduo com diabetes, buscando por alterações que indiquem comprometimento neurológico ou vascular.
Veja quais são os principais sinais de alerta que podem desencadear o pé diabético:
- Sensação de formigamento ou queimação (parestesia)
- Perda de sensibilidade ao toque, temperatura e dor
- Presença de úlceras indolores
- Deformidades nos pés, como os dedos em martelo
- Desenvolvimento do pé de Charcot (uma articulação danificada devido à neuropatia)
Dentre outros sinais de alerta que o paciente precisa estar atento estão:
- Sinais de má circulação (pele fria e pálida ou cianótica)
- Ausência ou diminuição dos pulsos pediosos e tibiais
- Dor nas pernas ao caminhar que melhora com o repouso (claudicação intermitente)
- Feridas que demoram muito a cicatrizar
Qualquer mudança na cor ou temperatura da pele, inchaço persistente, como edemas, ou a presença de bolhas e calosidades anormais deve ser comunicada imediatamente a um profissional de saúde, pois podem ser indicativos de um processo lesivo em andamento.
Como prevenir complicações e quais cuidados diários o paciente deve adotar?
A prevenção das complicações do pé diabético baseia-se em dois pilares, sendo eles:
Controle rigoroso da glicemia: é a base para retardar ou evitar o desenvolvimento de neuropatia e doença vascular
Cuidados diários de higiene e proteção dos pés: é importante para prevenir quadros graves de pé diabético, como amputações.
Quais cuidados diários se ter com os pés?
- Inspeção minuciosa dos pés: caso haja dificuldade de visão ou mobilidade, o paciente deve pedir ajuda a um familiar
- Higiene básica: deve ser feita com água morna para evitar queimaduras e sabonete neutro
- Secagem completa: secar muito bem entre os dedos para evitar micoses.
IMPORTANTE!
A hidratação da pele deve ser feita com cremes e loções, mas evitando a região entre os dedos. Além disso, deve-se realizar o corte correto das unhas (corte reto) para evitar unhas encravadas, e utilizar calçados adequados (fechados, confortáveis, com solado rígido e interior sem costuras), com meias limpas, sem costura e sem elásticos apertados.
Qual é o papel do enfermeiro podiatra na prevenção de feridas e amputações?
O enfermeiro especialista em podiatria clínica desempenha um papel central e insubstituível na equipe multiprofissional dedicada ao manejo e prevenção do pé diabético, onde sua atuação transcende o cuidado básico, englobando a avaliação de risco, a educação em saúde e o tratamento especializado de lesões.
O especialista é responsável por realizar uma avaliação detalhada dos pés, incluindo testes de sensibilidade com monofilamento e diapasão, avaliação da circulação e inspeção de pontos de pressão e deformidades. Com base no diagnóstico de risco, o enfermeiro podiatra consegue desenvolver um plano de cuidados individualizado, orientando o paciente sobre as medidas preventivas mais adequadas ao seu perfil.
No contexto do tratamento, o profissional irá atuar na remoção segura de calosidades, precursores de úlceras, e na abordagem inicial de feridas e úlceras, realizando o desbridamento, isto é, a remoção de tecido necrosado, e a aplicação de curativos avançados que otimizam o processo de cicatrização.
A intervenção precoce e especializada do enfermeiro podiatra é um dos fatores determinantes para a redução das taxas de amputação e para a melhoria dos resultados clínicos de pacientes com essa complicação.
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