Como o uso de tecnologias afeta o desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças

A inserção de dispositivos digitais no cotidiano infantil tem levantado importantes discussões sobre os impactos da tecnologia no desenvolvimento infantil, uma vez que essa fase é marcada pela intensa neuroplasticidade, tornando o cérebro altamente suscetível às experiências e estímulos do ambiente.
Compreender como o uso de tecnologias afeta o desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças é fundamental para profissionais que atuam na área de saúde e educação, pois a questão se concentra em equilibrar o potencial educativo e social da tecnologia com os riscos inerentes à exposição inadequada ou excessiva.
Continue a leitura e entenda a influência da tecnologia no desenvolvimento infantil.
Potencialidades e riscos da tecnologia para o desenvolvimento cognitivo infantil
O uso intencional e mediado de ferramentas digitais tem o potencial de estimular o desenvolvimento de diversas habilidades cognitivas em crianças, onde jogos e aplicativos educativos, por exemplo, podem ser importantes catalisadores para a atenção seletiva, a capacidade de resolução de problemas complexos e o raciocínio lógico.
Ao interagir com esses recursos de maneira estruturada e orientada, a criança é desafiada a processar informações rapidamente e a planejar ações, favorecendo a formação de novas conexões neurais.
Entretanto, a exposição a telas sem supervisão ou a conteúdos excessivamente rápidos e passivos pode gerar o efeito oposto, sobrecarregando o sistema de processamento da criança.
Os maiores riscos, porém, advém da exposição desregulada que, por sua vez, pode comprometer as funções executivas, isto é, um conjunto de habilidades mentais essenciais para o autocontrole e a autorregulação.
O que a neuropsicopedagogia diz sobre o uso de tecnologia excessivo por crianças?
Estudos na área de neuropsicopedagogia indicam que a troca de atividades que exigem esforço cognitivo sustentado por estímulos digitais imediatos prejudica a memória de trabalho e o controle inibitório, elementos cruciais para o aprendizado formal.
A análise do desenvolvimento cognitivo sob a ótica da neurociência reforça sua importância ao permitir o discernimento de práticas que maximizam os benefícios da tecnologia e que minimizam seus riscos.
→ Veja como o entendimento sobre como o cérebro funciona pode ajudar as crianças
Regulação emocional e afetiva no ambiente virtual
O desenvolvimento emocional e social da criança é profundamente influenciado pela qualidade de suas interações interpessoais, logo, a interação precoce e prolongada com telas, no lugar do contato humano, acaba influenciando diretamente a regulação emocional e afetiva.
A capacidade de leitura de expressões faciais e a compreensão de emoções complexas são habilidades que se constroem a partir da observação e da prática social em ambientes reais. Assim, a substituição das trocas sociais por estímulos digitais pode, em alguns casos, prejudicar o desenvolvimento da empatia e a habilidade de interpretar sinais não verbais.
O ambiente virtual oferece um campo de interação filtrado e menos profundo, o que exige um esforço consciente dos adultos para garantir que a criança continue a desenvolver sua inteligência emocional.
Neste contexto, a presença de cuidadores e educadores é indispensável para promover o diálogo e validar os sentimentos da criança, auxiliando-a a transpor as lições de convívio social para o contexto digital.
A mediação ativa de pais e educadores no uso consciente da tecnologia
Transformar a tecnologia em uma aliada do desenvolvimento infantil exige uma abordagem de mediação ativa por parte de pais e educadores, onde a neuropsicopedagogia oferece diretrizes importantes para esse processo, enfatizando a necessidade de um uso intencional, que seja proporcional à idade e ao estágio de desenvolvimento da criança.
A mediação vai além de simplesmente monitorar o tempo de tela, envolvendo a participação conjunta, o diálogo sobre o conteúdo e a seleção criteriosa de recursos digitais. Nesse caso, a prioridade deve ser dada a jogos e aplicativos que estimulem a criatividade, a colaboração e o raciocínio.
Práticas como o estabelecimento de limites de tempo claros, a promoção de pausas regulares e a alternância entre atividades digitais e não digitais são essenciais, pois a mediação afetiva irá garantir que a tela se torne uma ferramenta de vínculo e aprendizado compartilhado, evitando que se configure como um fator de isolamento ou passividade excessiva.
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