O amor é um dos temas mais buscados e falados desde o século XVIII e muitos pensadores já teorizaram sobre o assunto. O psicólogo Carl Gustav Jung tentou definir o amor pela perspectiva da psicologia analítica, apontando o poder como um grande antagonista dessa expressão sentimental.
Se você se interessa pelo assunto e quer saber mais sobre o que pensa Carl Jung sobre o amor, continue a leitura!
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A Projeção no Amor
Quando uma pessoa se relaciona com outra, afetivamente, diversas coisas vem a tona, tais como as crenças, vontades, limites e expectativas de cada um. É inevitável não colocar sobre o outro as expectativas próprias; a esse processo, Jung denominou de “Projeção”.
A Projeção é quando alguém atribui ao outro algo que está internalizado em si - pela literalidade, é o ato de projetar-se em outro alguém ou de projetar algo que acontece consigo em outra pessoa, inconscientemente.
Ao se apaixonar, o indivíduo projeta no objeto da paixão o homem/mulher ideal que gostaria de ter, além de atribuir ao foco de seu sentimento suas características próprias para, na idealização, se relacionar com uma parte de si. Tudo isso é feito de maneira inconsciente.
Porém, é sabido que com o tempo, a paixão tende a diminuir. Isto ocorre pois as projeções perdem força e neste momento, ambas as partes passam a se enxergar como realmente são. Em muitos casos, esse é o momento em que muitos relacionamentos acabam.
A visão de Carl Jung sobre o Amor
Carl Jung enxerga o amor diferente do amor relacionado à paixão - o amor romântico. Para o psicólogo analítico, o amor é algo mais profundo e inato ao ser humano; Jung o define pela forma de Eros, uma personalidade mitológica representativa do amor, filho da deusa Afrodite.
Por meio dessa analogia, Jung tem o amor como um sentimento profundo capaz de fazer o ser humano confrontar-se consigo, abrindo a possibilidade de, por meio deste, desenvolver um amadurecimento e ampliação da consciência.
O amor relaciona-se diretamente com a alma humana e com o desejo de automelhoria para poder, assim, oferecer ao outro o melhor.
A relação entre Amor e Poder para a Psicologia Analítica
Entretanto, Jung traça um paralelo existente entre amor e poder. Para o psicólogo, quando em um relacionamento o indivíduo torna-se possessivo, desejando impor-se sobre as vontades do outro, ou mesmo ter o controle total da relação, o amor deixa de prevalecer e abre margens para o poder.
Para um amor ser verdadeiro, ele deve deixar o objeto de seu sentimento livre; o outro precisa ser visto como um igual, um companheiro com quem o indivíduo compartilha a vida. Jung disserta sobre o assunto em uma curta seleção de textos intitulados ‘Sobre o Amor’ (1922), escrevendo o seguinte:
“Ali onde predomina o amor, não há vontade de poder. E onde há a predominância do poder, não há amor” — Carl Jung
A visão psicológica sobre o Poder
Quando o poder se torna o principal foco do ser humano, o indivíduo perde o valor de si e passa a focar somente em suas conquistas baseadas em suas produções, abrindo margens para a neurose e para relacionamentos superficiais orientados pelo poder, controle e manipulação.
Quando isso ocorre, a pessoa que substituiu o amor pelo poder tende a desenvolver doenças psicossomáticas, confusões mentais e até mesmo o desprezo por outros seres humanos e tudo o que é produzido passa a ser mais importante do que a verdadeira essência humana.
O maior representante de poder, na atualidade, é o dinheiro; logo, uma pessoa que possui muitos bens, em muitos casos pode ser corrompida, deixando de apreciar as pequenas coisas da vida e vivendo pela ganância que o poder oferece.
Carl Jung aponta que só há desenvolvimento pessoal quando se é desenvolvida a individualidade e a capacidade de se relacionar, apontando a importância de se relacionar para o ser humano, que aparece como uma necessidade primordial. Sem o equilíbrio adequado do processo de individualidade e capacidade de se relacionar com outros indivíduos, a pessoa sofre um grande desequilíbrio em várias áreas da vida.
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