Em meio aos altos e baixos da vida, todos enfrentamos momentos de desafio e adversidade. Porém, o que diferencia algumas pessoas é a capacidade de superar esses obstáculos e emergir mais fortes do que nunca. Essa capacidade é conhecida como resiliência.
A resiliência é mais do que simplesmente resistir à pressão ou se recuperar de experiências traumáticas. Ela envolve a habilidade de se adaptar às mudanças, aprender com os fracassos e encontrar significado mesmo nas situações mais difíceis.
Neste artigo, exploraremos o conceito de resiliência e como ele pode ser desenvolvido por meio de sessões de arteterapia. Acompanhe!
O que é resiliência?
Na psicologia, a resiliência é a capacidade de enfrentar e superar adversidades, desafios e situações de estresse, adaptando-se positivamente às circunstâncias difíceis. É a habilidade de lidar com as pressões da vida, recuperar-se de traumas emocionais e seguir em frente de maneira saudável e construtiva.
Pessoas resilientes conseguem encontrar significado e propósito mesmo em meio a situações adversas, aprendendo com as experiências e crescendo com elas. Essa capacidade não significa ausência de sofrimento, mas sim a habilidade de lidar com ele de forma construtiva, mantendo uma visão otimista e buscando soluções mesmo diante de desafios significativos.
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Os 7 Cs da resiliência
Os 7 'C's da resiliência, conforme definido pelo pediatra Ken Ginsberg para ajudar crianças e adolescentes na construção da resiliência, podem ajudar qualquer pessoa que deseja desenvolver essa habilidade. São eles:
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Competência:
refere-se à capacidade de a pessoa reconhecer e utilizar seus pontos fortes, habilidades e recursos para lidar com desafios.
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Confiança:
envolve ter autoconfiança e confiança nas próprias habilidades para enfrentar e superar dificuldades.
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Conexão:
trata-se da importância de estabelecer e manter relacionamentos saudáveis e de apoio com outras pessoas, como amigos, familiares, colegas e membros da comunidade.
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Caráter:
refere-se aos valores pessoais, ética e integridade que guiam as ações da pessoa, proporcionando-lhe um senso de direção e propósito.
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Controle:
envolve a capacidade de a pessoa assumir a responsabilidade por suas ações e emoções, bem como lidar eficazmente com situações que estão sob seu controle.
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Contribuição:
significa encontrar significado e propósito na vida por meio do serviço aos outros e do envolvimento em atividades que beneficiam a comunidade.
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Combate:
refere-se às estratégias de enfrentamento saudáveis e eficazes que a pessoa utiliza para lidar com o estresse, a adversidade e as mudanças na vida.
Como trabalhar a resiliência na arteterapia
Em uma sessão de arteterapia, seja individual ou coletiva, é possível trabalhar a construção da resiliência nos clientes e até mesmo a identificação de situações nas quais as pessoas já se mostraram resilientes de alguma forma.
Para isso, o arteterapeuta pode exibir diversas fotografias da natureza que representem a resiliência que existe em abundância no ambiente natural. Alguns exemplos são:
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flores crescendo através do concreto;
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plantas novas crescendo após um incêndio florestal;
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árvores que aprenderam a se curvar em ambientes e condições climáticas adversas em vez de quebrar.
O arteterapeuta deve permitir que o indivíduo ou o grupo explore as imagens para compará-las e fazer associações livres para trazer reflexões e emoções à tona. Algumas questões podem ser feitas para estimular o processo, como:
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“O que essas imagens têm em comum?”
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“Eles te lembram de alguma coisa?”
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“Você já viu a natureza assim?”
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“Existe alguma imagem pela qual você se sente particularmente atraído e por quê?”
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“Como é que estas flores, árvores ou rochas tiveram que se adaptar para sobreviver?”
Em um primeiro momento, podem surgir termos como força, flexibilidade e resistência. Neste ponto, é interessante que o profissional desenvolva o ponto em comum entre as imagens, que é a resiliência, para, então, iniciar o processo artístico.
O processo artístico com base na resiliência
Após a discussão sobre as imagens e a abordagem do tema da resiliência, o arteterapeuta pode conduzir o indivíduo ou o grupo a refletir sobre como cada um é resiliente a sua maneira e a criar uma imagem da natureza que represente a sua resiliência pessoal.
A arte ali produzida trata-se de um autorretrato simbólico, usando a natureza como inspiração. A pessoa pode criar do zero ou se basear nos sentimentos que teve ao observar as imagens de natureza apresentadas na sessão.
Alguns dos materiais que podem ser utilizados são:
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tinta acrílica;
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aquarela;
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lápis de cor;
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pastéis oleosos;
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marcadores;
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giz de cera.
Durante a produção artística, principalmente em grupo, é natural acontecerem conversas orgânicas a respeito das imagens que vão surgindo. O arteterapeuta então deve ajudar os clientes a processarem suas observações e experiências no momento, fazendo questionamentos que aprofundem o contato da pessoa com a arte.
Ao final da sessão em grupo, as pessoas podem conversar coletivamente sobre o trabalho e compartilhar experiências. É comum que nesses momentos os membros do grupo se sintam vistos através das imagens de resiliência produzidas pelos outros, pois a natureza como metáfora ajuda os clientes a criar um significado pessoal profundo.
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