Práticas de injetáveis e tópicas de concentrados no tratamento de feridas

Práticas de injetáveis e tópicas de concentrados no tratamento de feridas

Práticas de injetáveis e tópicas de concentrados no tratamento de feridas
Por Prof.ª Geysiane Rocha & Prof.ª Gisele Chicone
 
Na estomaterapia, siglas como PRP, PRF e IPRF já fazem parte da rotina no cuidado de feridas complexas. Esses concentrados sanguíneos autólogos ganham espaço como aliados no reparo tecidual, mas ainda levantam dúvidas sobre indicações, protocolos, segurança e custo-efetividade na prática.
 
Para aprofundar o tema, as professoras Geysiane Rocha e Gisele Chicone discutiram em live as práticas injetáveis e tópicas com concentrados no tratamento de feridas. A seguir, reunimos os principais pontos abordados para apoiar profissionais que desejam utilizar essa terapêutica de forma ética, segura e baseada em evidências.
 

Concentrados sanguíneos na prática clínica

Concentrados sanguíneos são produtos autólogos, obtidos por centrifugação do sangue do próprio paciente, ricos em plaquetas, fibrina e fatores de crescimento responsáveis por modular o reparo tecidual. Na estomaterapia e no cuidado de feridas, destacam-se:
  • PRP (Plasma Rico em Plaquetas): primeira geração, fase líquida, usualmente associada a infiltrações e biomateriais.
  • PRF / FRP (Fibrina Rica em Plaquetas): segunda geração, gera membranas com liberação sustentada de fatores de crescimento, sendo verdadeiros “curativos biológicos”.
  • IPRF (injetável): fração rica coletada antes da polimerização, ideal para infiltração perilesional e revitalização de bordas.
Cada subproduto tem propriedades e indicações próprias, variando conforme o formato (líquido, membrana ou injetável) e o protocolo utilizado (força G, tempo, tipo de tubo).
 

Indicações clínicas, evidência e benefícios práticos

Com o avanço da medicina regenerativa, os concentrados sanguíneos se consolidam como uma alternativa capaz de acelerar o reparo tecidual quando aplicados no momento certo, não substituindo tecnologias tradicionais, mas elevando o potencial delas.
 
Indicações
Feridas agudas e crônicas (áreas doadoras, queimados, úlceras vasculares e neuropáticas), complicações de pós-operatório (como abdominoplastia e lipoaspiração), além de situações em que o estímulo biológico pode abreviar o tempo de cicatrização.
 
Evidência
Estudos clínicos randomizados e revisões atuais demonstram redução expressiva no tempo de cicatrização, maior velocidade de fechamento da área lesional e melhora da qualidade do tecido reparado.
 
Uso clínico racional
Concentrados não eliminam a necessidade de desbridamento, controle de infecção, antimicrobianos ou tecnologias como pressão negativa, mas atuam como adjuvantes potentes, aplicados no estágio correto da cicatrização para impulsionar o processo.
 

Segurança, preparo do paciente e logística operacional

A eficácia dos concentrados sanguíneos começa antes da coleta, a depender do estado sistêmico do paciente e da precisão técnica do profissional, sendo onde avaliação clínica, biossegurança e rigor científico se unem.
 
Avaliação e preparo
Investigar hemograma, coagulação, glicemia, vitaminas, inflamação sistêmica, sono, estresse e eixo intestino-pele. Estes itens influenciam diretamente a qualidade do material coletado.
 
Contraindicações
Pacientes anticoagulados exigem avaliação interdisciplinar (contraindicação relativa). Além disso, é contraindicado para pacientes com doenças hematológicas graves, neoplasias ativas e infecções sistêmicas.
 
Ambiente e biossegurança
O procedimento deve ocorrer em consultório ou clínica preparados. Assim, home care não é recomendado, sobretudo pelo risco de contaminação do produto autólogo.
 
Protocolos
Domínio de força G, tempo de centrifugação, leitura crítica de artigos científicos e capacidade de adaptar protocolos a diferentes centrífugas são competências essenciais.
 
Custo-efetividade
Apesar do investimento inicial, a terapia costuma encurtar o tempo total de tratamento, diminuindo custos e aumentando resolutividade.
 
→ Assista ao bate-papo entre as professoras Geysiane e Gisele sobre o assunto!
 

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