Depressão pós-parto no Brasil tem incidência maior que 25%

Depressão pós-parto no Brasil tem incidência maior que 25%

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De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fiocruz, a cada quatro mulheres que têm filho, mais de uma apresenta os sintomas de depressão no período de 6 a 18 meses após o parto.
O estudo foi publicado no Journal of Affective Disorders e já é considerado um dos maiores realizados no país em relação a partos e nascimentos. 

Com participação de quase 24 mil mulheres no período de 6 a 18 meses após o nascimento do bebê, a prevalência global de depressão pós-parto encontrada foi de 26,3%, mais alta que a estimada pela Organização Mundial da Saúde para países de baixa renda, que é de 19,8%.

Como previsto pelos pesquisadores, foi constatado um índice preocupante de cesarianas, 52 % no total, sendo 88% só no setor privado. Aliás, foi alto também o índice de intervenções dolorosas e muitas vezes até mesmo desnecessárias, como o corte cirúrgico no períneo (procedimento conhecido como episiotomia) e o uso de manobras para acelerar a expulsão do bebê. Vale ressaltar, porém, que esses procedimentos não estão associados à incidência maior à depressão. O que é preocupante, segundo as pesquisadoras, é que muitas mulheres consideram esses métodos como “normal”. 

Além disso, a ocorrência do transtorno foi mais comum em mulheres de baixa renda, de cor parda, que não haviam planejado a gestação, com antecedentes de distúrbio mental e que tinham o costume de ingerir bebida alcoólica.
As mulheres que avaliaram pior seu atendimento na maternidade são justamente as que desenvolveram sintomas de depressão. Porém, as autoras da pesquisa não podem dizer se a avaliação foi ruim porque o atendimento foi inadequado ou realmente porque essas parturientes já estavam deprimidas.

Assim, esse transtorno que afeta inúmeras mulheres pode trazer consequências ao desenvolvimento do bebê, deixando sequelas que se prolongam até a infância e a adolescência.

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