Criar para respirar: Arteterapia e a elaboração psíquica da crise climática

Criar para respirar: Arteterapia e a elaboração psíquica da crise climática

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A ansiedade se tornou um grande ativo na sociedade moderna, sendo desencadeada por grandes mudanças, sendo estas rápidas e constantes. Neste contexto, destaca-se o impacto negativo que questões como a crise climática desempenha na saúde mental do ser humano, afetando sentimentos, emoções e vida cotidiana.
 
Este fenômeno é conhecido como “ecoansiedade” e, como método de tratamento para tal, a Arteterapia surge enquanto grande aliada, possibilitando uma abordagem plural envolvendo materiais artísticos, leitura simbólica e atividades corporais, em busca de ampliar a compreensão sobre os sentimentos frente à mudança ecológica.
 
Continue a leitura para entender como a Arteterapia pode auxiliar na ecoansiedade.
 

Ecoansiedade e simbolização: o que a arte pode conter que as palavras não alcançam

O ano de 2024 foi marcado por grandes impactos ambientais, como no Cerrado brasileiro, que registrou um aumento de 221% nas áreas queimadas em agosto, ou nas chuvas intensas e grandes enchentes enfrentadas por 95% das cidades do Rio Grande do Sul entre os meses de abril e maio, além de a Amazônia ter registrado a pior seca, com níveis dos rios da bacia amazônica atingindo mínimas históricas. Frente a tais acontecimentos, psicólogos e psiquiatras passaram a observar um aumento da ansiedade dos pacientes.
 
O termo “ecoansiedade”, definido pela Associação Americana de Psicologia (APA), refere-se ao medo crônico da catástrofe ambiental, com sensações de ansiedade, frustração e pessimismo para com o futuro em relação às consequências das grandes mudanças climáticas. A condição pode ser desencadeada por indivíduos que testemunharam as tragédias relacionadas, tanto ao vivo, quanto por telas, podendo desencadear sintomas como insônia, falta de ar e fadiga.
 
Por mais que essa ansiedade generalizada fomentada pelas crises climáticas não seja uma condição patológica, ela pode desencadear respostas psicológicas graves, devendo, portanto, ser levada a sério e tratada de forma adequada, contando com auxílio terapêutico. Neste contexto, a Arteterapeuta surge enquanto grande aliada no processo de elaboração emocional frente a angústia ambiental, oferecendo um espaço de expressão simbólica ao paciente. Ao desempenhar uma atividade simbólica, o indivíduo consegue organizar seus pensamentos e diminuir seus níveis de estresse e ansiedade.
 
 

Materiais naturais, reciclados e sustentáveis: o que o suporte comunica?

A escolha consciente dos materiais na Arteterapia vai para além da seleção de ferramentas para a expressão artística, se tornando parte fundamental no processo terapêutico ao comunicar valores e reforçar a conexão com o meio ambiente. Ao optar por materiais naturais, reciclados ou sustentáveis, é possível desenvolver uma postura de responsabilidade ecológica, em prol de colaborar para mudanças necessárias frente a crise climática e para o tratamento da ecoansiedade.
 
O uso da argila, a reutilização de papéis descartados para criar novas formas, ou mesmo a incorporação de galhos e folhas em uma escultura não são apenas escolhas estéticas, mas sim, são carregados de significado, convidando o paciente a refletir sobre seu lugar no ecossistema. Além disso, a utilização destes elementos pode facilitar a elaboração de sentimentos complexos relacionados à degradação ambiental.
 
 
Trabalhar com argila ou terra, por exemplo, pode evocar a sensação de pertencimento e nutrição, contrastando com a aridez e a devastação frequentemente associadas à crise climática. Já a transformação de materiais descartados em novas obras, pode simbolizar a capacidade de regeneração e a esperança em meio ao cenário ambiental. A materialidade dos elementos a serem incorporados em sessões de Arteterapia irão oferecer uma gama de possibilidades sensoriais, possibilitando ao indivíduo explorar as emoções de maneira concreta, onde poderá ressignificar angústias.
 

Conexão com o planeta como metáfora da reconexão interna

O cuidado dedicado ao meio ambiente pode se manifestar enquanto metáfora significativa para o cuidado psíquico interno, pois, assim como a natureza impõe atenção, nutrição e respeito, a saúde mental é cultivada a partir do autoconhecimento, aceitação e autocuidado. A crise climática, ao evidenciar a fragilidade dos ecossistemas, pode ressoar com as próprias vulnerabilidades emocionais, despertando a necessidade de proteção e cura tanto do mundo externo, quanto do mundo interno.
 
 
A Arteterapia, ao engajar práticas artísticas que exploram a relação entre o ser humano e a natureza, pode auxiliar o indivíduo no processo de projeção dos anseios de cura e equilíbrio para além do individual, reconhecendo a interdependência entre bem-estar pessoal e bem-estar do planeta.
 
Além disso, a criação artística do paciente, ao contar com elementos naturais, ou mesmo quando representa paisagens e processos ecológicos, pode restaurar vínculos afetivos com o planeta. O ato de desenhar ou pintar uma floresta vigorosa, por exemplo, pode reacender a admiração e o apreço pelo mundo naturalista e, esse processo criativo irá permitir que o indivíduo se reconecte com a sensação de pertencimento a um sistema maior, dissipando sentimentos de isolamento, desesperança e ansiedade que podem permear sua vida.
 

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O curso profissionalizante de Arteterapia da Pós USCS segue os parâmetros instituídos pela União Brasileira das Associações de Arteterapeutas (UBAAT).
 
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(11) 2714-5699