O uso de cannabis medicinal aumentou 130% de 2022 para 2023, com 430 mil pacientes realizando tratamentos com medicamentos à base de canabidiol (CBD), conforme dados do 2º Anuário da Cannabis Medicinal no Brasil 2023.
A crescente aceitação da cannabis medicinal reflete a busca por alternativas terapêuticas para melhorar a qualidade de vida de pacientes enfrentando diversas condições médicas. Sua legalização em diversas jurisdições tem permitido uma maior pesquisa e desenvolvimento de produtos específicos para uso terapêutico.
A especialização em Cannabis Medicinal tem preparado profissionais para a atuação de qualidade neste campo inovador, trazendo atualizações constantes sobre aplicações terapêuticas do canabidiol em diversas áreas da saúde, como a dermatologia.
O que é cannabis medicinal?
A cannabis medicinal refere-se ao uso terapêutico da planta Cannabis sativa, conhecida popularmente como maconha. Esta planta possui compostos químicos chamados de canabinoides, sendo os mais conhecidos o THC (tetraidrocanabinol) e o CBD (cannabidiol), que demonstraram ter propriedades medicinais e terapêuticas.
O THC é responsável pelos efeitos psicoativos associados à maconha, enquanto o CBD é reconhecido por suas propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e ansiolíticas, sem causar os efeitos psicoativos característicos do THC.
Ambos os canabinoides interagem com o sistema endocanabinoide do corpo, que desempenha um papel crucial na regulação de funções como o humor, o sono e a resposta imunológica.
A cannabis medicinal tem sido utilizada para tratar uma variedade de condições médicas, incluindo:
- dores crônicas;
- náuseas relacionadas à quimioterapia;
- espasticidade muscular em doenças neurológicas;
- distúrbios do sono;
- inflamações na pele;
- entre outros.
Como a cannabis medicinal funciona na pele?
A cannabis medicinal tem demonstrado benefícios significativos quando aplicada topicamente na pele, graças aos seus compostos ativos, especialmente o cannabidiol (CBD). O CBD, um dos principais canabinoides presentes na cannabis, possui propriedades valiosas para os cuidados com a pele que são:
- anti-inflamatórias;
- antioxidantes;
- analgésicas.
Quando aplicado na pele, o CBD interage com os receptores do sistema endocanabinoide localizado na derme, epiderme e anexos cutâneos. Este sistema desempenha um papel crucial na regulação de funções como resposta imunológica, inflamação e diferenciação celular. Assim, o CBD pode:
- ajudar a modular respostas inflamatórias da pele;
- reduzir a irritação;
- promover o equilíbrio geral.
Além disso, o CBD também demonstrou propriedades antioxidantes, o que significa que pode ajudar a neutralizar os radicais livres responsáveis pelo envelhecimento da pele e danos causados pelo ambiente. Isso contribui para a proteção da pele contra estresses oxidativos e a promoção de uma aparência saudável.
Quais são os benefícios da cannabis medicinal para a pele?
Os benefícios potenciais da cannabis medicinal para a pele, de acordo com estudos e pesquisas em andamento, incluem:
1. Propriedades anti-inflamatórias
O CBD, presente na cannabis, demonstrou propriedades anti-inflamatórias, podendo ajudar a reduzir a inflamação associada a condições dermatológicas como psoríase e eczema.
2. Controle da produção de sebo
Para aqueles com pele propensa a acne, o CBD pode regular a produção de sebo, reduzindo a oleosidade excessiva que contribui para o surgimento de espinhas.
3. Alívio de coceiras e irritações
As propriedades antipruriginosas do CBD podem oferecer alívio para coceiras e irritações cutâneas associadas a diversas condições de pele.
4. Ação antioxidante
O CBD possui propriedades antioxidantes, ajudando a neutralizar os radicais livres que contribuem para o envelhecimento da pele e danos causados pelo ambiente.
5. Cicatrização de feridas
Estudos indicam que a cannabis pode acelerar o processo de cicatrização de feridas, promovendo a regeneração celular e minimizando a formação de cicatrizes.
6. Hidratação intensa
Produtos tópicos com cannabis podem proporcionar uma hidratação intensa, sendo benéficos para peles secas e ressecadas.
Quais são as doenças de pele que a cannabis medicinal pode tratar?
O campo da pesquisa sobre o uso da cannabis medicinal para doenças de pele está em constante evolução. Embora os resultados ainda estejam em fase de investigação, alguns estudos sugerem que a cannabis pode oferecer alívio para algumas doenças de pele.
Confira algumas doenças de pele que têm sido alvo de pesquisa quanto ao potencial uso terapêutico da cannabis:
1. Psoríase
Estudos indicam que os canabinoides, especialmente o CBD, podem ajudar a reduzir a inflamação e a proliferação celular associadas à psoríase.
2. Eczema (Dermatite Atópica)
Propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes do CBD podem oferecer alívio para a pele seca, coceira e inflamada associada ao eczema.
3. Acne
O CBD pode ajudar a controlar a produção de sebo, reduzir a inflamação e limitar a proliferação bacteriana, sugerindo benefícios potenciais para a acne.
4. Dermatite seborreica
As propriedades anti-inflamatórias do CBD podem ajudar a aliviar os sintomas da dermatite seborreica, como vermelhidão e descamação.
5. Queimaduras e cicatrização
Algumas evidências sugerem que a cannabis pode contribuir para a cicatrização de queimaduras e ajudar na redução de cicatrizes.
6. Prurido crônico
O CBD pode ter propriedades antipruriginosas, oferecendo alívio para o prurido associado a várias condições de pele.
Como está a prática prescritiva de cannabis na dermatologia?
O artigo “Percepções e comportamentos de recomendação de dermatologistas sobre cannabis medicinal: uma pesquisa piloto”, publicado do PubMed, forneceu um panorama da prescrição de cannabis medicinal na área de dermatologia.
Após uma pesquisa com 145 dermatologistas, os autores do artigo concluíram que:
- 91% apoiam o uso medicinal da cannabis;
- 13,8% recomendam a cannabis para uma condição dermatológica, sendo as aplicações mais frequentes para dermatite atópica (45%) e psoríase (40%);
- a via de administração mais comum foi a tópica, com incidência de 75%.
Contudo, os dermatologistas entrevistados apontaram como fatores limitantes à recomendação da cannabis medicinal:
- o conhecimento limitado (56%);
- a falta de experiência prescritiva (48%).
Portanto, fica evidente que, embora promissora, é importante ressaltar a necessidade da aquisição de conhecimento a respeito da cannabis medicinal e da prescrição terapêutica em casos dermatológicos.
A especialização em Cannabis Medicinal mostra-se o caminho ideal para adquirir uma teoria atualizada de qualidade, para uma prática eficaz, capaz de melhorar a qualidade de vida e a autoestima de pacientes com condições inflamatórias cutâneo-pruriginosas.
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