A Motricidade Orofacial é uma especialidade da Fonoaudiologia que tem ampliado suas áreas de intervenção, abrangendo vários âmbitos profissionais. Quando se pensa em Motricidade Orofacial, deve-se compreender que ela está relacionada a todas as funções motoras e sensitivas orofaciais, como respiração, deglutição, sucção, mastigação e fonoarticulação. Por esse motivo, a especialidade possibilita uma ação em clínicas, hospitais, escolas, creches, entre outros.

A respiração oral é um distúrbio funcional que interfere no empenho de oxigenação do corpo. Ela influencia na atenção, na memória e no comportamento, e não apenas na oclusão dentária, ampliando a atuação do especialista em Motricidade Orofacial do âmbito da saúde ao âmbito educacional.

A Saúde Pública teve ganhos com o teste da linguinha, que foi desenvolvido em razão das constantes dificuldades nas funções motoras orofaciais, pela restrição de movimento lingual encontradas na população. A língua atua diretamente em todas as funções, e uma alteração na sua atividade pode gerar inúmeras alterações. O especialista em Motricidade Orofacial tem conhecimento na avaliação, no planejamento terapêutico, e possibilidades de intervenção para todas as alterações funcionais.

As alterações da deglutição geram desde simples problemas ortodônticos a complicações com risco nutricional e pulmonar. Elas se diferenciam pelo fator causal da alteração e suas consequências. Podem ser definidas como alteração funcional da deglutição por adaptação ou atipia, ou por comprometimentos neurológicos, mecânicos, pneumáticos, desenvolvendo o que chamamos de disfagia.

 

O trabalho de resgate para funcionalidade sem risco pulmonar e nutricional é proporcionado pelo profissional que sabe intervir no sistema estomatognático, pois a deglutição é desenvolvida pelo controle neurológico e pelas estruturas que estarão inter-relacionadas às demais funções. Essa atuação abre campo de trabalho em clínicas, consultórios, hospitais, homecare etc.

Portanto, especializar-se em Motricidade Orofacial é o primeiro passo para alcançar mais oportunidades no mercado de trabalho, visto que as funções estomatognáticas interagem com todas as atividades orgânicas e suas possibilidades de intervenção favorecem a regulação sistêmica do indivíduo.