Unidade de Referência a Saúde do Idoso

Unidade de Referência a Saúde do Idoso

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O Brasil é um país que envelhece a passos largos. As alterações na dinâmica populacional são claras, inexoráveis e irreversíveis. No início do século XX, um brasileiro vivia em média 33 anos, ao passo que hoje a expectativa de vida dos brasileiros atinge os 68 anos. Entre 1960 e 1980, observou-se no Brasil uma queda de 33% na fecundidade, a diminuição no ritmo de nascimento resulta, em médio prazo, no incremento proporcional da população idosa. Nesse mesmo período de 20 anos, a expectativa de vida aumentou em oito anos.

 

Hoje, a população de idosos ultrapassa mais 15 milhões de brasileiros (para uma população total de cerca de 180 milhões de habitantes), que em 20 anos serão 32 milhões (VERAS, 2003).

 

Na cidade de São Paulo, particularmente, há um contingente muito grande de idosos convivendo na área urbana. Segundo a Fundação SEADE, essa população está dividida em 40,5 de homens e 59,5 de mulheres, num total de 1.085.150 idosos, em percentis de faixas etárias de: 60-64 anos: 31%;65-69 anos: 24,5%;70-74 anos: 20%;75-79 anos e, finalmente mais de e 80 anos: 12%.

 

Essa população de idosos em sua grande maioria é acometida por doenças típicas, decorrentes da senescência, e muitas vezes não possuem condições financeiras para um atendimento médico e/ou locais de convívio social em seu entorno, que proporcionem uma melhoria no seu estado de saúde. Os serviços públicos estão sobrecarregados com a grande demanda de atendimento para a população de todas as faixas etárias, e , isso fez com que a Secretaria Municipal de Saúde na Gestão do Governo Marta Suplicy criassem as URSIs , ou seja – Unidades de Referencia a Saúde do Idoso - em cinco pólos da cidade: Região Norte, Sul, Leste, Sudeste e Centro. Esse tipo de serviço é caracterizado por atender a demanda dessa população, na atenção secundária à saúde, ou seja um suporte aos idosos que não conseguem receber um atendimento adequado na atenção primária por problemas de sobrecarga de agenda médica nestes locais – Unidades Básicas de Saúde.

 

Para receber esse atendimento personalizado numa URSI, foram preconizado alguns critérios de elegibilidade, a saber :

 

a) A necessidade de ter na URSI um profissional com especialidade de Geriatria que atenda idosos acima de 60 anos segundo preconizado pela Política Nacional do Idoso do Ministério da Saúde portador de três ou mais patologias crônicas com complicações , entre elas : Transtornos neuropsíquicos ( Demências, Parkinson, Alzheimer e AVE – Acidentes Vasculares Encefálicos ; Instabilidades posturais, alterações de marcha e equilíbrio, perdas sensoriais importantes e síndromes consumptivas – perda de mais de (5% do peso corpóreo em 3 meses).

 

b) Idosos acima de 80 anos sem patologias de base. É necessário que haja critérios de elegebilidade neste tipo de Serviço, para não sobrecarregá-lo com outros pacientes fora destes parâmetros, descaracterizando assim um atendimento focado na área de Geriatria. Além disso, há neste tipo de serviço, um trabalho realizado por uma Equipe Multidisciplinar que colabora para a melhoria da saúde deste idoso através de : a) Grupos de Apoio ao Idoso, propiciando terapias sejam individuais e atendimentos focados em :grupos de cuidadores, Grupos de memória b) Danças seniores c) Terapias alternativas : Liang Gong, Tai Chi Cuan, Li tchin e Acupuntura entre outros visando melhorar o estado geral físico e mental desses idosos d) atividades culturais e eventos gerais que proporcionem um relacionamento interpessoal importante para valorização da autoestima desse idoso que frequenta o local.

O objetivo geral dos Serviços dessas URSIs, é garantir a atenção integral à saúde do idoso no nível secundário da atenção, para que esse idoso permaneça na comunidade durante o maior tempo possível e com a maior capacidade funcional atingível. Isso é conseguido através de interação entre profissionais no atendimento médico e consultas e atendimentos da equipe interdisciplinar composta por profissionais como; Enfermeiros, Nutricionistas, Assistentes Sociais, Psicólogos, Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais, Fonoaudiólogos e Dentistas entre outros bem como a serviços de referencia e contra referência.

 

Os programas de atenção à saúde do idoso podem ser vistos como aberturas interessantes, com grau de alcance variado, ao investimento em saúde e bem-estar do idoso para além da lógica usual de assistência à doença. Seus méritos e limites devem ser apreciados no processo de desenvolvimento da promoção da saúde do idoso e das estratégias de avaliação de programas nessa área no contexto brasileiro contribuindo assim para um envelhecimento saudável com qualidade, e propiciando aos idosos e seus familiares uma garantia de um envelhecimento bem sucedido.

 

 Por William Malagutti



 

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