Tendência genética à depressão pode ser revertida pelo ambiente

Tendência genética à depressão pode ser revertida pelo ambiente

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Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Northwestern, Estados Unidos, traz uma nova ótica sobre a depressão de causa genética, que algumas pessoas possuem. De acordo com experimentos realizados em ratos, a ideia era comprovar se a psicoterapia, por exemplo, era capaz de modificar a depressão de ratos que foram geneticamente programados para sentirem-se depressivos ao serem apresentados a um ambiente estimulador.

O acompanhamento da melhora nos ratos era feito por observação de biomarcadores, ou seja, certas moléculas no sangue. Como parte da terapia, os roedores eram apresentados a uma espécie de “Disneylândia” na qual permaneciam cerca de um mês, com acesso a brinquedos diversos e muito espaço. Após isso, foi verificado pelos pesquisadores que os biomarcadores dos ratos foram alterados e tornaram-se semelhantes aos de ratos saudáveis, trazendo uma nova visão sobre como o ambiente pode influenciar positivamente ou negativamente em quadros depressivos.

O comportamento das cobaias também apresentou melhoras significativas após o período de terapia. Como parte do experimento para acompanhar os resultados, os ratos eram colocados em um tanque cheio de água; os roedores depressivos que não passaram pela psicoterapia ficavam tão desesperados e aflitos que a única reação que apresentavam era flutuar, paralisados de medo. Por sua vez, os ratos que foram submetidos ao tratamento nadaram energicamente em volta do tanque até encontrar uma saída, sem demonstrar desespero.

Os pesquisadores também observaram alterações em marcadores biológicos diferentes entre ratos que eram programados para serem depressivos e ratos que desenvolveram os sintomas devido ao ambiente de estresse ao qual eram submetidos. Isso demonstra que futuramente talvez seja possível que médicos possam diagnosticar e direcionar melhor o tratamento para cada tipo de transtorno.

Os resultados do experimento foram publicados na revista Translational Psychiatry, da Nature.

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