Sexualidade na clínica: entre a repressão e a cena contemporânea

Sexualidade na clínica: entre a repressão e a cena contemporânea

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A sexualidade, na psicanálise, compreende um campo vasto e complexo, sendo fundamental par a compreensão ampliada da subjetividade humana e de seus impasses. Esse tema, responsável por atravessar a história da psicanálise, rememorando suas origens, com Sigmund Freud, encontra na contemporaneidade uma nova forma de expressão e sofrimento.
 
Distante de ser um conceito estático, a sexualidade tende a se manifestar na clínica psicanalítica como um ponto de confluência entre a história do sujeito e as transformações culturais e sociais que atingem este.
 
Continue a leitura para compreender as implicações da sexualidade na clínica psicanalítica.
 

A sexualidade para a psicanálise: pulsão, repressão e constituição do sujeito

Desde os estudos de Freud, a concepção psicanalítica de sexualidade transcende seu significado, indo além da simples atividade genital, passando a possuir um entendimento mais profundo e abrangente.
 
Diferente do senso comum, a sexualidade é vista como uma força pulsional, parcial e polimorfa, que estrutura o psiquismo do indivíduo desde a infância. Porém, essa força não se limita ao instinto biológico, mas age como uma força de busca por satisfação que se manifesta por diferentes zonas corporais, construindo um percurso de desenvolvimento único para cada sujeito.
 
A relação entre sexualidade e recalque
A sexualidade é considerada desorganizada e excessiva, sendo a ação do recalque, um mecanismo psíquico central, que opera sua repressão, banindo-a para o inconsciente. Esse processo não anula a sexualidade, mas será responsável por transformá-la, organizando-a em desejo.
 
Portanto, é correto afirmar que o recalque age como uma operação que funda o inconsciente e, por consequência, o próprio sujeito, conferindo a este uma dimensão de falta e de busca
 
Entendimento dos conceitos teóricos sobre sexualidade na clínica
As teorias sobre a sexualidade, que a estabelecem enquanto elemento central na estruturação psíquica e na formação do inconsciente, é uma das ferramentas mais indispensáveis para a prática clínica.
 
A escuta psicanalítica irá se apoiar no entendimento para que o psicanalista compreenda o mal-estar do sujeito, sua fantasia inconsciente e os caminhos pelos quais o desejo se manifesta.
 
 

Da norma ao excesso: expressões da sexualidade na cena contemporânea

A contemporaneidade trouxe uma nova dinâmica para as manifestações da sexualidade, considerando uma era de intensa exposição midiática, onde o corpo e o sexo são frequentemente mercantilizados e hipersexualizados. Essa profusão de imagens e discursos tende a conviver com uma fragilização dos marcos simbólicos que, tradicionalmente, organizavam o desejo e a sexualidade.
 
Antes cerceada por normas sociais e tabus, a sexualidade se expressa, agora, em uma cena de aparente ausência de limites e, nesse cenário, novas formas de gozo parecem desvinculadas da castração simbólica que, historicamente, operava o desejo.
 
A proliferação da pornografia na internet, dos discursos sobre a performance de gênero e da medicalização do desejo, com o uso de medicamentos para aumento da potência sexual ou libido, são exemplos dessas novas manifestações no século XXI.
 
Há uma busca incessante por uma satisfação imediata e total que, muitas vezes, desconsidera a dimensão da falta e do desejo que, por sua vez, são estruturantes, impactando diretamente no cotidiano clínico.
 
Como os desafios da sexualidade se refletem na clínica psicanalítica?
Os psicanalistas estão cada vez mais se deparando com novos modos de sofrimento que se manifestam na relação do sujeito com a sexualidade, onde sentimentos como angústia, compulsões, dificuldades na relação com o próprio corpo e nas relações amorosas, surgem como sintomas de uma sexualidade desorientada, sem os referenciais passados.
 
 

A escuta da sexualidade hoje: clínica entre identidades, gozo e mal-estar

A prática clínica, em especial a orientada pela psicanálise, tem como premissa a escuta da singularidade do sujeito, sem a aplicação de categorias normativas. Logo, em uma sociedade que vive uma explosão de identidades de gênero e sexualidade, o desafio para o clínico é não se ficar nas classificações identitárias.
 
A tarefa do psicanalista, no contexto clínico, portanto, é escutar o que se manifesta nas entrelinhas quando o paciente fala, compreendendo aquilo que o discurso consciente não alcança.
 
É fundamental que o profissional ouça os sintomas, o mal-estar e o gozo que atravessam a fala do paciente, para além de qualquer rótulo ou categoria. A fantasia inconsciente que sustenta o desejo e a singularidade da história do paciente, por exemplo, será o principal guia no processo clínico de cura.
 
O trabalho se concentra em desvendar os caminhos inconscientes que levaram à formação da subjetividade e à forma única como a sexualidade se manifesta em cada um, sendo durante o processo de análise, o momento ideal onde o sujeito conseguirá compreender e superar seu mal-estar, descobrindo novas formas de lidar com a sexualidade, o desejo e a vida.
 
 

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