A Neuropsicopedagogia é uma área interdisciplinar que integra conhecimentos da Neurociência, Psicologia e Pedagogia, sendo responsável por se dedicar à compreensão dos processos de aprendizagem e suas dificuldades.
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O grande foco dessa área do saber é avaliar e intervir em distúrbios de aprendizagem, auxiliando indivíduos de todas as idades a desenvolverem seu potencial cognitivo, em especial, o público infantil.
Para crianças, a Neuropsicopedagogia oferece suporte por meio de abordagens diversas, incluindo a utilização de recursos lúdicos, que se mostram essenciais para estimular o desenvolvimento e promover a aquisição de novas habilidades, com maior efetividade.
Continue a leitura para entender como a brincadeira pode ser estratégia neuropsicopedagógica.
A Neurociência do brincar: como o lúdico estimula o desenvolvimento cognitivo e emocional
O ato de brincar, quando aplicada de maneira estratégica, transcende a recreação infantil, passando a atuar enquanto catalisador para a construção de redes neurais complexas. Essa atividade irá estimular o sistema de recompensa cerebral, liberando neurotransmissores que promovem a sensação de prazer e, consequentemente, fortalecem o engajamento na aprendizagem.
A plasticidade neural, isto é, a capacidade do cérebro de se adaptar e reorganizar suas conexões, se torna intensamente favorecida durante as brincadeiras, permitindo a formação de novas sinapses e a consolidação de conhecimentos.
Portanto, atividades lúdicas, quando planejadas e aplicadas por um profissional como o neuropsicopedagogo, se tornam fundamentais para o bom desenvolvimento e aprimoramento das funções executivas.
A brincadeira como estratégia na Neuropsicopedagogia
O brincar contribui para o desenvolvimento da linguagem, tanto expressiva, quanto receptiva, além de também, contribuir para processos como:
- Retenção de atenção
- Memória de trabalho
- Planejamento
- Flexibilidade cognitiva
- Raciocínio lógico
- Capacidade de resolução de problemas
Na Neuropsicopedagogia, o brincar é visto como um recurso terapêutico e diagnóstico de grande valia, proporcionando um ambiente seguro onde a criança consegue expressar suas dificuldades, medos e potencialidades, permitindo ao profissional a avaliação e intervenção de forma integral e efetiva em seu desenvolvimento.
Dessa forma, é correto afirmar que o lúdico, além de entreter, se estabelece como ferramenta útil para o desenvolvimento cognitivo e emocional de crianças com dificuldades de aprendizagem.
O brincar terapêutico: escuta, expressão e construção de sentido pela via simbólica
O brincar serve como uma linguagem universal para a criança, sendo um meio pelo qual ela se expressa e compreende o mundo ao seu redor. Por meio do faz de conta, da repetição de ações e do jogo simbólico, a criança consegue exteriorizar afetos, medos, desejos e conflitos internos.
Essa forma de comunicação, portanto, se torna particularmente relevante na Neuropsicopedagogia, em especial por oferecer um canal privilegiado para acessar o universo emocional e cognitivo infantil.
Na abordagem neuropsicopedagógica, o brincar terapêutico se torna ferramenta para compreender o mundo interno da criança, permitindo que o profissional identifique padrões de comportamento, dificuldades emocionais e cognitivas, e estabeleça um vínculo de confiança.
Ao simular situações do cotidiano ou fantasiosas, a criança projeta suas vivências, possibilitando ao neuropsicopedagogo auxiliá-la a organizar emoções e a elaborar experiências, inclusive aquelas de natureza traumática.
O papel do brincar terapêutico se estende ao fortalecimento da autoestima e da capacidade de aprendizagem. Quando a criança se sente compreendida e segura em seu ambiente de brincadeira, ela ganha confiança para explorar, experimentar e superar desafios.
Esse processo contribui para o desenvolvimento de resiliência, autonomia e, também, para a internalização de novas estratégias de enfrentamento, impactando positivamente no seu desempenho educacional e sua relação com o processo de aprendizagem.
Práticas lúdicas na sala de aula e na clínica: estratégias neuropsicopedagógicas para intervenção eficaz
A integração de práticas lúdicas no contexto neuropsicopedagógico, seja em ambiente clínico ou escolar, oferece inúmeras possibilidades para uma intervenção eficaz. São alguns exemplos de recursos que podem ser empregados para estimular habilidades cognitivas e socioemocionais:
- Jogos de tabuleiro
- Dramatizações
- Contação de histórias
- Utilização de materiais sensoriais
- Atividades de construção coletiva
A escolha da atividade ideal é pautada na individualidade de cada criança e nos objetivos terapêuticos estabelecidos pelo neuropsicopedagogo. Quando planejadas com intencionalidade, essas práticas lúdicas transcendem o ensino convencional, promovendo um espaço seguro onde o aprender e o brincar se encontra, permitindo que a criança desenvolva novas habilidades de forma natural e motivadora.
Através do engajamento em atividades prazerosas, desafios de aprendizagem são abordados de maneira mais leve e acessível, favorecendo a superação de obstáculos e a construção de um relacionamento positivo com o conhecimento.
→ Veja algumas estratégias neuropsicopedagógicas para auxiliar no desenvolvimento cognitivo infantil
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