
Nota: é importante ressaltar que Jung se refere em suas obras como “o mandala”, entretanto, pelo uso popular e atualizado do termo por psicólogos analíticos, o referido passou a ser “a mandala”.
A arteterapia compreende uma abordagem terapêutica muito requisitada para processos de reabilitação e fortalecimento de mulheres vítimas de violência, seja esta de qualquer origem. Ao integrar a criação artística em um contexto terapêutico, essa metodologia oferece ferramentas singulares para a expressão de emoções complexas, a ressignificação de experiências traumáticas e o desenvolvimento de recursos internos.
A exploração de diferentes linguagens artísticas, como o desenho, a pintura, a modelagem e a colagem, permite às pacientes o acesso e a elaboração de conteúdos inconscientes, promovendo um caminho de cura e reconstrução da identidade.
Continue a leitura para saber como a mandala pode ser um canal de cura para mulheres em situação de violência.
A mandala como símbolo de centro, equilíbrio e reconstrução
A mandala, em sua forma arquetípica, representa totalidade, proteção e a capacidade de reestruturação do “eu”. Já no contexto arteterapêutico, ela se torna um espaço visual e simbólico fundamental, onde mulheres em situação de violência conseguem reorganizar suas emoções fragmentadas, acessando um sentido de identidade e autocontrole renovado.
Tal ferramenta terapêutica se mostra de extrema relevância para pacientes que vivenciaram relações marcadas pela violência e despersonalização, oferecendo um refúgio para a expressão e elaboração de suas experiências.
A composição circular da mandala, por exemplo, reflete a busca por um centro interno, como um ponto de estabilidade em meio ao caos. Assim, ao trabalhar com formas, cores e texturas, a paciente consegue projetar seu universo interior, transformando a desordem em harmonia visual, servindo enquanto um espelho para a psique e possibilitando a identificação de padrões emocionais.
Para além do desenho, a mandala, na arteterapia, atua como um convite à introspecção e à integração, auxiliando na ressignificação de traumas, na recuperação da autoestima e no fortalecimento da autonomia.
A prática contínua terapêutica com o uso de mandalas pode, portanto, fomentar um profundo processo de autoconhecimento, essencial para a reconstrução de uma vida plena e resiliente após experiências de violência.
→ Aprenda sobre a mandala no contexto arteterapêutico em uma live incrível!
Mandala como prática de presença e autocuidado
O ato de colorir ou criar mandalas compreende uma prática que exige foco, pausa e reconexão com o próprio ritmo, onde, em contextos onde o tempo e o corpo da mulher foram invadidos e desregulados pela violência, essa prática irá emergir enquanto um ritual de retomada da autonomia, como uma forma de autocuidado que não exige verbalização imediada e que possibilita a expressão em um ritmo pessoal e seguro.
A imersão na criação de uma mandala exige uma concentração profunda, desviando a atenção de pensamentos intrusivos e ansiedade, onde tal atenção ao processo artístico será responsável pelo cultivo da presença no momento atual, algo de extremo valor para mulheres que podem estar constantemente em estado de alerta.
A cadência dos movimentos, a escolha das cores e a construção das formas promovem um estado de fluxo, aliviando o estresse e promovendo um senso de calma interna, se demonstrando uma prática extremamente benéfica.
Essa prática contribui tanto para a regulação emocional, como também irá fortalecer a capacidade de discernimento e de tomada de decisão, sendo um caminho silencioso, porém potente, para o resgate do poder pessoal e da reconstrução do bem-estar.
O espaço terapêutico como círculo seguro
O espaço simbólico promovido pela pode ser compreendido como um círculo seguro, isto é, um ambiente de escuta, de pertencimento e de reconstrução, tudo isso livre de julgamentos.
Nesse ambiente, a segurança e a confiança se tornam elementos primordiais, permitindo que mulheres, vítimas de violência, se sintam à vontade para expressar suas vulnerabilidades, além de iniciar um processo de cura profunda.
Além disso, a arteterapia possibilita o desenvolvimento de terapia em grupo, onde os diversos pacientes conseguem interagir e desenvolver uma rede de apoio. O compartilhamento de experiências em um ambiente seguro e validado, colabora para o aumento da solidariedade e do reconhecimento mútuo.
Assim, a partilha de narrativas de dor e resistência permite que cada participante do grupo terapêutico se perceba enquanto parte de uma coletividade, diminuindo, também, o isolamento causado pelo trauma.
Se credencie para atuar com Arteterapia
Se você deseja expandir suas competências e oferecer ferramentas verdadeiramente transformadoras para a saúde mental, a Pós-graduação em Arteterapia, desenvolvida pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul, oferece o ambiente de aprendizagem ideal.
O curso é alinhado aos parâmetros da UBAAT, possibilitando ao arteterapeuta formado a atuação em diversos cenários, desde clínicas particulares até órgãos públicos, como SUS, CREAS, CRAS e CAPS. Além disso, atendendo a modalidade presencial, a Pós em Arteterapia pode ser realizada em São Caetano do Sul ou em São Paulo, contando com carga total de 560 horas.
Com um diferencial de 100 horas de estágio supervisionado e atividades práticas, você terá a oportunidade de desenvolver e aplicar todo o conhecimento obtido em sala de aula, se habilitando para tratar e auxiliar pacientes, com ética, em suas jornadas de autocura, baseando-se nos fundamentos da Arteterapia e da Psicologia Analítica.
O curso profissionalizante de Arteterapia da Pós USCS segue os parâmetros instituídos pela União Brasileira das Associações de Arteterapeutas (UBAAT).
Se aprofunde em Arteterapia com um curso gratuito
Adentre o mundo da Arteterapia em um minicurso online e gratuito, desenvolvido pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul, em parceria com o corpo docente da Pós em Arteterapia, com o intuito de democratizar o acesso à educação de qualidade. Neste curso, você será convidado a conhecer a qualidade educacional ofertada pela Pós USCS, além de se aprofundar em conceitos e práticas desta abordagem terapêutica que vem ganhando cada vez mais espaço na atualidade.
No curso ‘Introdução à Arteterapia’, você será introduzido em uma jornada de aprendizado sobre os fundamentos de grande relevância para a área da Arteterapia. Em cinco horas de conteúdo, você vai aprender com grandes nomes do mercado da Arteterapia e da Psicologia Analítica.
Ao final, você ainda recebe um certificado de participação.