Neste conteúdo vamos abordar a educação inclusiva e as pessoas com transtornos. Discutiremos sobre a história da educação especial de maneira geral e no Brasil, e trataremos das funções neurológicas, da aprendizagem e da atenção. Finalizaremos falando sobre a educação e a neuropsicologia.

Em nosso país, todas as pessoas têm direito à educação garantida pela Constituição Federal de 1988 e pelas diretrizes da Política Nacional de Educação, independentemente de gênero, etnia, idade ou classe social. O acesso à escola vai muito além do ato da matrícula, o que significa dizer que a criança, ao ingressar nesse ambiente, tem o direito à aprendizagem e, para isso, deve desenvolver habilidades e competências a partir das oportunidades educacionais oferecidas.

Nessa perspectiva, a educação para todos constitui um grande desafio para os sistemas educacionais, dada a expressiva parcela de excluídos que existem na realidade brasileira. Estamos falando, então, da educação em uma perspectiva inclusiva.

Enfrentar o desafio da educação inclusiva significa trabalhar com a diversidade e atender a todos na escola, ações imprescindíveis para a democratização da educação em nosso país. A escola inclusiva, que é o que se espera para o século XXI, deve responder às aspirações da sociedade no sentido de possibilitar a todas as crianças o acesso ao saber historicamente constituído, de forma crítica e participativa, visando responder às demandas sociais.

A educação inclusiva parte do pressuposto de que a escola deve modificar-se, adaptar-se ao aluno, e não mais buscar a homogeneidade deles, esperando que todos respondam da mesma forma. Dessa maneira, a escola tornar-se-á verdadeiramente um espaço inclusivo.

Para que a educação inclusiva ocorra, é necessário modificarmos nossa prática pedagógica, partindo do pressuposto de que a aprendizagem precisa acontecer de forma cooperativa em sala de aula, para fazer sentido aos alunos. O trabalho de equipe entre os profissionais da escola e a constituição de redes de apoio, principalmente a participação da família no processo educativo, favorecem que esse movimento aconteça e obtenham-se bons resultados.

Quando falamos, portanto, de uma educação inclusiva, estamos apontando para o fato de que todas as crianças em idade escolar, tenham elas deficiência, transtornos, altas habilidades/superdotação, transtorno de aprendizagem ou dificuldades de aprendizagem, devem ser atendidas nesse espaço, sem discriminação e sem segregação. Importante acabar com a dificuldade de acesso escolar desde as creches e a Educação Infantil, pois o tempo vivenciado é fundamental no desenvolvimento delas.

Quando discutimos a questão da educação inclusiva, ou seja, para todos, significa que em algum momento tivemos uma educação que não foi para todos. Para compreendermos esse movimento, vamos conhecer as mudanças na educação que ocorreram nas últimas décadas, em que passamos de uma educação segregada para a visão de que a escola é um espaço para todos.

A educação inclusiva não é um movimento solitário que ocorre somente dentro das instituições de ensino, como muitas pessoas podem acreditar. O movimento da inclusão educacional está intimamente ligado a movimentos sociais que buscam uma sociedade justa e equânime. Não se pode ignorar o longo e importante processo histórico que a produziu, configurado numa luta constante de diferentes minorias na busca por defesa e garantia de seus direitos como seres humanos e cidadãos. Ignorar tal processo implica a perda de compreensão de seu sentido e significado.

Público: Qualquer profissional que queira atualizar seu conhecimento sobre o assunto.