Os cientistas que estão acompanhando o avanço do surto de ebola na Guiné avisam que o vírus poder ter sofrido algum tipo de mutação e pode ter ficado mais contagioso.
Mais de 8 mil pessoas morreram na Guiné, Serra Leoa e Libéria e cerca de 22 mil pessoas foram infectadas com o vírus.
Os pesquisadores do Instituto Pasteur, na França - os primeiros a identificarem a epidemia, em março -, começaram a analisar algumas amostras de sangue de pacientes de ebola. Eles observaram as mutações do vírus e tentam descobrir se o ebola está sendo transmitido mais facilmente de pessoa para pessoa.
Sabemos que o vírus está mudando bastante, disse à BBC o geneticista Anavaj Sakuntabhai. Isso é importante para o diagnóstico (de casos novos) e para o tratamento. Precisamos saber como o vírus (está mudando) para fazer frente ao nosso inimigo”, afirma Anavaj.
Mutações em vírus ao longo do tempo não são incomuns. O ebola é um vírus de RNA - como o HIV e a influenza (gripe) - que têm uma elevada taxa de mutação.
Identificamos vários casos que não têm nenhum sintoma, casos assintomáticos, disse Sakuntabhai.
Essas pessoas podem ser as que mais transmitem o vírus, mas ainda não sabemos. Um vírus pode passar por uma mutação e se tornar menos mortal mas mais contagioso - isso é algo que nos deixa com medo”, concluí o pesquisador.