Como o trauma pode afetar na aprendizagem?

Como o trauma pode afetar na aprendizagem?

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A presença de experiências traumáticas significativas na infância ou adolescência pode desencadear uma série de respostas biológicas e psicológicas que dificultam o acesso e a consolidação de novos conhecimentos.
 
O impacto do trauma na educação transcende as questões comportamentais, envolvendo modificações neurobiológicas que comprometem diretamente as funções executivas e a capacidade de processamento de informações necessárias ao processo educativo formal, o que reforça a importância de um olhar especializado para essa complexa dinâmica.
 
 
Continue a leitura para entender as nuances do trauma na aprendizagem.
 

Como o trauma afeta o funcionamento cognitivo?

A exposição a eventos traumáticos provoca alterações na maneira como o cérebro processa e armazena informações. A memória, nesse contexto, não se restringe apenas a fatos e dados, mas transforma-se em uma experiência emocionalmente carregada, frequentemente referida como memória traumática, podendo afetar negativamente alguns recursos cognitivos vitais.
 
O funcionamento cognitivo é severamente desafiado, manifestando-se em dificuldades notórias de atenção sustentada, concentração e processamento de informações complexas. Para estudantes que vivenciam traumas, por exemplo, a capacidade de organizar pensamentos e de sequenciar eventos e memórias de forma lógica é prejudicada.
 
Essa interferência impacta no desempenho escolar em diversas disciplinas, além de diminuir o engajamento e a motivação nas atividades pedagógicas propostas, deste modo, a reatividade do sistema nervoso, sempre em alerta devido ao trauma, impede que o cérebro entre em um estado de calma propício à aquisição de novos saberes.
 
 

Entendendo o silêncio das experiências adversas na sala de aula

Muitas vezes, as sequelas dos traumas infantis e juvenis permanecem obscuras ou invisíveis no ambiente de ensino, onde o silêncio das experiências adversas na escola decorre da dificuldade dos estudantes em verbalizar suas dores ou em comunicar emoções complexas, sendo um reflexo do próprio impacto do trauma na regulação emocional e na comunicação.
 
A ausência de expressão verbal explícita por parte do estudante pode levar a uma interpretação inadequada de seu comportamento por parte dos educadores, e condutas como retraimento, isolamento social, irritabilidade ou aparente desatenção podem ser rotuladas erroneamente como desinteresse, preguiça ou, até mesmo, desobediência.
 
Esse erro de avaliação dificulta drasticamente a identificação da causa raiz do problema e a implementação de um suporte pedagógico verdadeiramente adequado e sensível ao trauma, reforçando a necessidade de os profissionais da educação aprofundarem o entendimento sobre como o trauma se manifesta no comportamento, para que o silêncio do estudante possa ser compreendido como um pedido indireto de ajuda e não como uma falha de caráter.
 
 

Estratégias pedagógicas para apoiar estudantes com memória traumática

A adoção de estratégias pedagógicas sensíveis ao trauma se torna um diferencial para que profissionais criem um ambiente de aprendizagem seguro e acolhedor, em especial quando estes conseguem identificar e reconhecer a complexidade do impacto das vivências traumáticas na vida do estudante.
 
O objetivo principal destas estratégias é a de facilitar a recuperação da memória funcional e a estabilidade emocional, que são condições fundamentais para o bom desenvolvimento da aprendizagem.
 
 
A implementação de rotinas escolares previsíveis e consistentes, por exemplo, é uma estratégia extremamente assertiva, pois a previsibilidade ajuda a reduzir os níveis de ansiedade e o estado de hipervigilância frequentemente presente em estudantes com histórico de trauma, oferecendo uma sensação de segurança e controle.
 
Outro exemplo de estratégia é a implementação de práticas de mindfulness adaptadas para o contexto escolar e a utilização de abordagens colaborativas, que enfatizem a cooperação em detrimento da competição, pois estas contribuem significativamente para a regulação emocional.
 
Essas medidas atuam na minimização do impacto das memórias traumáticas no processo educativo, possibilitando que as funções cognitivas se dediquem à aquisição e retenção de conteúdo. Portanto, promover um ambiente respeitoso e com validação emocional se torna um fator essencial para o sucesso acadêmico desses estudantes.
 
 

Aprenda a desenvolver ambientes escolares acolhedores

Compreender de que maneira as vivências adversas impactam a arquitetura cerebral e, consequentemente, o desempenho acadêmico de um indivíduo, é fundamental para aqueles que desejam desenvolver a formatação de ambientes escolares verdadeiramente inclusivos e eficazes.
 
Neste contexto, a Pós-graduação em Neuropsicopedagogia Clínica e Institucional, desenvolvida pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul, surge enquanto alternativa qualificada para profissionais que realmente desejam fazer a diferença no âmbito escolar.
 
A especialização pode ser realizada presencialmente em São Caetano do Sul ou em São Paulo, cujo foco principal é na prática profissional voltada para atuação em clínicas ou em instituições. Com 600 horas de conteúdo, você amplia sua capacidade profissional ainda mais.
 
 

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