As dificuldades de percepção do enfermeiro da atenção primária à saúde do homem

As dificuldades de percepção do enfermeiro da atenção primária à saúde do homem

image

William Malagutti
Coordenador do curso de Pós-graduação em Saúde Pública e ESF para Enfermeiros


A Estratégia Saúde da Família (ESF) é uma das principais propostas preconizadas pelo Ministério da Saúde do Brasil, para reorientar o modelo assistencial do Sistema Único de Saúde, a partir da atenção básica dentro de uma perspectiva de estabelecimento de maior vínculo, criação de laços de compromisso e coparticipação entre profissionais e comunidade 1.
 

A família é o foco de atenção. Ela é vista de forma integral a partir de onde mora. Nesse espaço é onde se constroem relações e vínculos para uma compreensão do processo saúde/doença e intervenções ativas para a melhora em sua qualidade de vida.1
 

O enfermeiro tem um papel importante dentro da ESF, o que tem representado um reconhecimento social deste profissional, pela sua atuação ativa como política integrativa, holística e humanizadora.
A Portaria 648/2006 do Ministério da Saúde,2referente à Política Nacional da Atenção Básica; traz as atribuições mínimas dos enfermeiros da ESF. São atribuições de suma importância para a implementação desta estratégia como tática de reorganização do primeiro nível de atenção à saúde.

 

A atuação da enfermagem vem se expandindo, estando atualmente presente em diferentes processos de trabalho, desde hospital geral, Centro Psicossocial de Atenção e Ambulatórios e a Estratégia Saúde da Família(ESF), serviços estes localizados dentro dos espaços coletivo e norteados pelo conceito ampliado de saúde, com base na concepção de gerenciamento do cuidado.3
 

O enfermeiro integra a equipe da ESF como coordenador e deve estar preparado para o enfrentamento e a resolução de problemas que correspondam à saúde da mulher, da criança e adolescente, do adulto e idoso, saúde do homem, assim como o controle de diabetes ,hipertensão, tuberculose, hanseníase e saúde bucal.3
 

No ano de 2009, o Ministério da Saúde lançou também a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), com o objetivo de facilitar e ampliar o acesso da população masculina aos serviços de saúde.4
 

A PNAISH promove ações de saúde respeitando as diferentes maneiras de ser dos homens, organizando-se através de três eixos principais: saúde sexual, reprodutiva e paternidade, violências e acidentes em geral e o acesso ou acolhimento dos homens na atenção básica, porta de entrada prioritária na Rede SUS.
Segundo descrito na PNAISH, existe a dificuldade dos  homens em reconhecer suas necessidades, cultivando o pensamento mágico que rejeita a possibilidade de adoecer.

 

O nosso interesse em abordar esse tema através de levantamento bibliográfico de publicações sobreo assunto surgiu como inquietação do papel do enfermeiro nesta problemática. Existiam questionamento se discussões sobre as diferentes áreas da ESF exceto sobre a saúde do homem. Além de ter havido pouca abordagem das estratégias que poderiam ter sido criadas pelo profissional enfermeiro como educador, dentro desta estratégia política, desde o ano em que a política foi criada.
 

A política de saúde do homem existe, mas é pouco discutida. No Brasil, embora a expectativa de vida dos homens tenha aumentado, segundo dados do IBGE, de 59,7 para 69,7 anos entre 1980 e 2010, desde 1991 ela vem se mantendo 7,6 anos abaixo da média das mulheres.
 

Como problema norteador tem-se a indagação de quais as dificuldades de percepção do enfermeiro da atenção primária à saúde do homem. Mediante o exposto, os objetivos do presente artigo são apontar as dificuldades de percepção do enfermeiro da atenção primária à saúde do homem e discutir sobre de quais formas tais dificuldades podem interferir em sua prática.

 

0800 767 8727 | (11) 2714-5699